REFORÇAR, AGIR<br>E AVANÇAR

«dar mais força à CDU, no plano local, para dar mais força à luta por uma outra po­lí­tica no plano na­ci­onal

A si­tu­ação po­lí­tica na­ci­onal ficou mar­cada pela ma­ni­fes­tação na­ci­onal de mu­lheres pro­mo­vida pelo MDM no pas­sado sá­bado em Lisboa e que, desta forma com­ba­tiva, quis as­si­nalar o Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher. Uma ac­cção de massas de grande di­mensão – a maior luta de mu­lheres das úl­timas dé­cadas em Por­tugal – que também de­mons­trou dis­po­ni­bi­li­dade para a con­ti­nu­ação da luta por di­reitos e pela sua eman­ci­pação so­cial.

A co­me­mo­ração do 8 de Março foi as­si­na­lada por todo o País com muitas ou­tras ini­ci­a­tivas.

É uma luta em que as mu­lheres sabem que podem contar sempre com o PCP. Como afirmou Je­ró­nimo de Sousa no al­moço de co­me­mo­ração do Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher, na Moita, «as mu­lheres sabem que contam com o PCP, o seu mais fiel e co­e­rente aliado na luta pela re­so­lução dos seus pro­blemas ime­di­atos e ur­gentes, pela con­fi­ança e apoio que lhes trans­mitem sobre o valor da sua luta de todos os dias, nas em­presas e lo­cais de tra­balho, nos campos, nos bairros, nas fre­gue­sias, nos con­ce­lhos, como pro­ta­go­nistas das mu­danças ne­ces­sá­rias nas suas vidas e na vida do País».

Este é um com­bate de fundo que as mu­lheres travam pela sua eman­ci­pação e pela igual­dade de di­reitos entre ho­mens e mu­lheres e que exige o com­bate aos pre­con­ceitos e con­cep­ções re­tró­gradas acerca do papel das mu­lheres na so­ci­e­dade. Mas im­porta ter pre­sente que uma ver­da­deira eman­ci­pação re­quer a li­ber­tação da ex­plo­ração, a con­quista da in­de­pen­dência eco­nó­mica, o exer­cício de li­ber­dades.

A ver­da­deira igual­dade tem por base o res­peito pelos di­reitos, o pro­gresso so­cial e o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País.

Foi também mar­cada pela di­vul­gação dos re­sul­tados da Caixa Geral de De­pó­sitos re­la­tivos ao ano de 2016 ne­ga­tivos em 1 900 mi­lhões de euros. São re­sul­tados que mesmo fi­cando aquém das pre­vi­sões mais pes­si­mistas, vêm con­firmar que es­tamos pe­rante uma si­tu­ação que urge re­solver e de que su­ces­sivos go­vernos são res­pon­sá­veis.

O PCP in­siste na ne­ces­si­dade e im­por­tância da re­ca­pi­ta­li­zação da CGD para a sua afir­mação como banco pú­blico. Mas re­a­firma também que não basta a re­ca­pi­ta­li­zação para que esta cumpra as suas fun­ções. O papel que a CGD deve ser cha­mada a de­sem­pe­nhar não pode ser di­mi­nuído por um qual­quer plano de ne­gó­cios que, im­posto a partir de Bru­xelas e Frank­furt, re­duza a sua in­ter­venção e abra es­paço à banca pri­vada. A CGD tem que se afirmar como o prin­cipal banco na­ci­onal, com uma rede de bal­cões que sirva o País, que apoie a eco­nomia e a pro­dução na­ci­o­nais. E não por via da re­dução de ac­ti­vi­dade à custa dos tra­ba­lha­dores e da di­mensão da sua rede.

Esta se­mana ficou igual­mente mar­cada na União Eu­ro­peia por novos de­sen­vol­vi­mentos no pro­cesso de re­ar­ru­mação de forças com cres­centes ele­mentos de tensão e con­tra­di­ções no campo im­pe­ri­a­lista, novos focos de ins­ta­bi­li­dade e in­cer­teza, e pelo ob­jec­tivo de apro­fundar ainda mais o pro­cesso de in­te­gração ca­pi­ta­lista em curso com todos os ele­mentos ne­ga­tivos que o ca­rac­te­rizam.

Teve também im­por­tante sig­ni­fi­cado po­lí­tico o lan­ça­mento na pas­sada quinta-feira, no Porto, da cam­panha do PCP «Pro­dução, Em­prego, So­be­rania, Li­bertar Por­tugal da sub­missão ao Euro» com a apre­sen­tação do livro «Euro, Dí­vida, Banca. Romper com os Cons­tran­gi­mentos, de­sen­volver o País», que se pre­tende venha a dar um im­por­tante con­tri­buto para um ne­ces­sário e amplo de­bate sobre a pro­dução na­ci­onal e o seu au­mento e sobre os cons­tran­gi­mentos que estão a pesar ne­ga­ti­va­mente e de forma cada vez mais mar­cante no de­sen­vol­vi­mento do nosso País.

Esta se­mana ca­rac­te­rizou-se ainda pelo de­sen­vol­vi­mento da acção rei­vin­di­ca­tiva em muitas em­presas e sec­tores e por avanços na pre­pa­ração de di­versas ac­ções de luta em torno das co­me­mo­ra­ções do Dia do Es­tu­dante (24 de Março) e da ma­ni­fes­tação de jo­vens tra­ba­lha­dores contra a pre­ca­ri­e­dade con­vo­cada pela CGTP-IN/​In­ter­jovem para o dia 28 de Março (Dia Na­ci­onal da Ju­ven­tude). Avança também a pre­pa­ração das co­me­mo­ra­ções da Re­vo­lução de Abril e do 1.º de Maio a cuja pre­pa­ração urge dar uma par­ti­cular atenção com mo­bi­li­zação a partir da acção rei­vin­di­ca­tiva por ob­jec­tivos con­cretos em cada uma das em­presas e sec­tores.

Pros­segue a pre­pa­ração das elei­ções au­tár­quicas com a afir­mação da Co­li­gação De­mo­crá­tica Uni­tária, em im­por­tantes ini­ci­a­tivas, dando mais força à CDU, no plano local, para dar mais força à luta por uma outra po­lí­tica no plano na­ci­onal. Re­a­li­zaram-se também di­versas ini­ci­a­tivas de ani­ver­sário do Par­tido de que se des­taca o co­mício do Porto. De­sen­volve-se a acção de re­forço do Par­tido com pri­o­ri­dade, nesta fase, para a cam­panha de di­vul­gação do Avante!, que in­clui a sua pu­bli­cação re­mo­de­lada com novo gra­fismo e que deve me­recer re­do­brada atenção por parte das or­ga­ni­za­ções e sec­tores re­la­ti­va­mente às me­didas de di­recção ne­ces­sá­rias ao cum­pri­mento dos ob­jec­tivos de­ci­didos.

Avança igual­mente a pre­pa­ração do 11.º Con­gresso da JCP que terá lugar nos dias 1 e 2 de Abril em Se­túbal.

E é nesta in­tensa acção em de­fesa dos in­te­resses e as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País que se afirma o ca­rácter dis­tin­tivo do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês com a sua na­tu­reza de classe e o seu pro­jecto de fu­turo.